História da Fazenda
Lupércio Fagundes, nasceu em São José dos Campos, em 1881, filho do Cel. Luiz Fagundes, um dos maiores produtores de café de Ribeirão Preto-SP, e de D.Amélia de Paula Machado. Em São Paulo, iniciou seus estudos no Colégio Mackenzie, indo terminá-los nos Estados Unidos, na Universidade de Cornell, em Itaca, Nova York, onde recebeu o seu diploma de Engenheiro Agrônomo em 1901. Estudando a vida Social e Econômica dos EUA, percorreu todo o território americano, como também as regiões mais desenvolvidas do Canadá, indo em seguida para a Europa, onde visitou vários países. De regresso ao Brasil, em 1906, foi nomeado pelo presidente Afonso Pena,para fazer a primeira plantação de arroz por ’irrigação’, no vale do Paraíba, juntamente com o Dr.Welman Bladiford. Em 1908, casou-se com D.Virgínia Franklin da Silva, moça da sociedade do Rio de Janeiro. Desde sua formatura, sempre viveu em função da engenharia, até adquirir as terras, onde denominou-as de Santo Inácio (cidade de Lupércio).
Histórico de Santo Inácio: Aquelas paragens eram cobertas por matas virgens, onde ainda se encontravam utensílios de índios, tais como: machado de pedra, panelas, etc. Foi aí que surgiu o primeiro desbravador, espírito bandeirante, o Engenheiro Lupércio Fagundes com sua esposa Virgínia e seus filhos menores; os maiores permaneceram em São Paulo em
colégios internos. Dono de mais de 700 alqueires doados pelo governo de Afonso Pena para desenvolvimento feito no vale do Paraíba, pertencentes à Comarca de Santa Cruz do Rio Pardo, Dr.Lupércio fez, por conta própria, a ligação da Sorocabana à Alta Paulista, ficando assim suas terras mais perto de São José das Antas (hoje Garça), Gália, Duartina,
cidades que naquela época eram mais utilizadas.
Dado esse passo, vários fazendeiros e sitiantes pediram ao Dr.Lupércio para ligar Nova Columbia e Casa Grande (hoje Ocauçu), localidades pertencentes à Comarca de Campos Novos, às suas terras. Com essa ligação o progresso chegaria com mais força à região. Estariam perto, também, da estrada para Alto Cafezal (onde a Alta Paulista permaneceu por alguns anos), que hoje é a grande, progressista e acolhedora cidade de Marília. No coração de arrojado bandeirante havia um sonho; fundar dentro de suas terras um Patrimônio, e assim foi feito.
Derrubou matas, que eram até então o grande obstáculo, mas que passaram a ser a alavanca de ouro e de progresso, com a demarcação dos 10 (dez) alqueires onde deveria localizar-se o sonhado Patrimônio. Depois de ter projetado no mapa a futura cidade e demarcadas as áreas, levantou em primeiro lugar uma cruz para fundação da primeira igreja. No lançamen-to da pedra fundamental compareceram o vigário de Garça, autoridades, amigos, vizinhos e empregados da Fazenda Santo Inácio. Em 1926, o Sr. Hermínio Bottino, que mais tarde se tornaria seu genro ao se casar-se com sua filha Iracy, montou uma serraria de onde saíram as madeiras para as primeiras casas de tábua do Patrimônio. Demarcados os lotes, Dr. Lupércio doou-os a quem neles quisesse construir. Doou também terrenos para o campo de futebol (tamanho oficial) e para o cimitério. Pôs-se a trabalhar com afinco. O desbrava-mento continuou em 1927, com o número de casas aumentando gradativamente. Dr. Lupércio constrói então, a cadeia para deter cangaceiros e elementos desordeiros, que naquela época infestavam os sertões. Nessa ocasião, o grande lutador Dr. Lupércio, esperançoso pelo seu Patrimônio, trabalhava junto com seus amigos políticos influentes em São Paulo, para conseguir um ramal da Estrada de Ferro, de Bariri a Quatá, passando por Santo Inácio. Em 16 de fevereiro de 1936 o Patrimônio foi elevado a Distrito de Paz, pela Lei 265, do Município de Garça. Por motivo de doença, Dr. Lupércio e sua mulher mudaram-se para São Paulo, mas nunca esqueceram as terras queridas de sua fazenda. Nessa época, como a Igreja estava prestes a ser concluída, mandou vir da Europa, através de
um amigo, a imagem de Santo Inácio de Loyola, padroeiro do Patrimônio.
Dona Virgínia, sua esposa, conhecida por todos como Dna. Rola, de espírito caridoso, dedicada e muito querida, nunca deixou de lutar em companhia de seu marido, pelo
crescimento e civilização daquelas paragens. Em 06 de agosto de 1938, Dr.Lupércio, vindo ao Patrimônio a negócios, declarou aos seus amigos que o visitavam que, quando morresse, queria ser enterrado em Santo Inácio. Quatro dias depois, em 10 de agosto de 1938, faleceu o grande lutador, que segundo a sua vontade e por determinação do Prefeito de Garça, foi enterrado em Santo Inácio, no mesmo terreno que ele havia doado tempos atrás. Hoje sua sepultura está localizada na parte central do cemitério. Em 1940, por esforço do Sr. José Arnaldo Marcondes Machado, seu genro, consegue através do Decreto- Lei 1334/40, que fosse mudado o nome do Patrimônio, de Santo Inácio para Lupércio, rendendo assim, uma homenagem justa ao seu fundador. Após o seu falecimento, foram realizadas as 3 (três) primeiras festas organizadas pelos familiares do fundador, que foram : 1- A primeira procissão da imagem de Santo Inácio, cujo andor foi enfeitado pela família, saindo da residência de seu genro, Sr. Hermínio Bottino, com muitos fogos e banda de música, carregado pelos três filhos Fagundes e genro até a Igreja. Foi celebrada missa solene, sendo que a elevação da hóstia, foi tocado o Hino Nacional; 2- A inauguração da luz elétrica com discurso feito por autoridades de Garça. A festa foi realizada na residência de umas das filhas de Dr. Lupércio; 3- A vinda do Bispo de Assis, D. Antonio, com 2 (dois) padres, hospedando-se na casa de uma das filhas Fagundes. O patrimônio estava em festa. Todas as esquinas das ruas com cartazes, saudando sua Eminêcia. Nesta ocasião foram realizadas as primeiras crismas. Pela amizade e reconhecimento ao saudoso fundador da cidade, o bondoso Bispo fez questão de ir ao cemitério com toda a família do fundador para benzer a sepultura e orar pela alma de Dr. Lupércio.
Como já foi mencionado anteriormente,vindo para a região de Santo Inácio (hoje Lupércio) o jovem Hermínio Bottino em 1926, casou-se com a Sra Iracy Fagundes, filha do fundador, tornou-se herdeira de parte da gleba de 700 alqueires deixada por Dr. Lupércio Fagundes. Na década de 1936, com a morte do Dr. Lupércio, seu genro Hermínio, iniciou o plantio dos cafezais em sua fazenda, denominada ’Fazenda Floresta’. Chegou a possuir aí o total de 400.000 pés de café.
Com a morte de Hermínio Bottino em 1974, seu filho Carlos Bottino herdou parte da Fazenda Floresta, onde até hoje, explora a cafeicultura, com lavouras altamente produtivas e mecanizadas. Esta propriedade passou a se chamar ’Fazenda Floresta Agro-Turismo’ que, há 5 anos trabalha na atividade de Turismo Ecológico-Educacional e Turismo Agrícola, com pousadas e demais confortos. A cidade de Lupércio está na periferia desta fazenda e esta região é considerada a maior região cafeeira do Estado, onde possui uma das melhores bebidas de café com alta tecnologia de manejo, excelentes cooperativas e assistência técnica. Lupércio esta a 25 Km de Marília, 36Km de Garça, 60 Km de Ourinhos, 90 Km de Bauru, servida por excelentes rodovias asfaltadas.
Atenciosamente,
Sr. Carlos Augusto Bottino e Sra. Maria Salete Pfeifer Bottino
Proprietários Fazenda Floresta